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Papa Francesco em Lampedusa (08-07-2013) Papa Francesco em Lampedusa (08-07-2013) 

11 anos atrás, a tragédia de Lampedusa

Em 3 de outubro de 2013, em frente à ilha siciliana mais próxima da África do que da Itália, 368 migrantes perderam a vida. Hoje, como naquela época, o Papa pede um mundo mais acolhedor, solidário e fraterno.

Massimiliano Menichetti

A Europa, o mundo inteiro assolado por guerras, pobreza e violência, continua a se confrontar e a se dividir em relação à questão da migração, quase se esquecendo de que essa palavra não desenha abstrações, mas fala de rostos, histórias, pessoas, muitas vezes de dor e tragédia. As fronteiras marcadas por muros são muitas vezes intransponíveis para aqueles que fogem do horror dos conflitos ou buscam uma vida melhor. Homens, mulheres e crianças morreram em desertos tentando atravessar, reféns em centros de detenção, engolidos pelas ondas do mar, como há onze anos. Em 3 de outubro de 2013, a esperança de 543 almas se transformou em horror. O barco de pesca em que viajavam virou e afundou a cerca de 800 metros da ilha italiana de Lampedusa. Etíopes e eritreus haviam partido dois dias antes de Misurata, na Líbia, a bordo de um barco de cerca de vinte metros. Foi uma das mais graves tragédias marítimas desde o início do século XXI no Mediterrâneo: 368 mortos confirmados, 155 sobreviventes e 20 supostos desaparecidos.

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O Papa Francisco, em julho do mesmo ano, ao fazer a primeira viagem do pontificado a Lampedusa, expressou sua tristeza por outra tragédia no mar que havia ocorrido pouco tempo antes. Ele falou sobre a “globalização da indiferença” que nos torna a todos “responsáveis”. Ele reiterou que “não estamos mais atentos ao mundo em que vivemos, não nos importamos, não protegemos o que Deus criou para todos e não somos mais capazes de proteger uns aos outros”. Três encíclicas, centenas de apelos, visitas e viagens com as quais Francisco, nos últimos anos, dirigiu-se ao coração do homem para despertar as consciências, a fim de quebrar o egoísmo, a indiferença, a exploração e construir um mundo acolhedor, fraterno, solidário e pacífico. No entanto, o Mediterrâneo, berço e centro da civilização, em vez de unir, tornou-se cada vez mais distante e um cemitério silencioso.

Nos oceanos, a situação não é diferente. Na sociedade das redes sociais, onde a inteligência artificial promete tanto a catástrofe quanto a maravilha, parece que é mais fácil olhar para o outro lado, ignorar, remover. Esquecer, por exemplo, a imagem que comoveu e chocou milhões em 2015: a de Aylan, o pequeno refugiado sírio sem vida, com o rosto na areia, banhado pela água, na praia de Bodrum, na Turquia. Francisco continua a incentivar os esforços políticos e diplomáticos que buscam curar o que ele chamou de “uma ferida aberta de nossa humanidade”, assim como não deixa de apoiar os esforços de todos aqueles que resgatam, acolhem e ajudam os migrantes.

“A solução não é rejeitar”, disse ele em Marselha, em 2023, na sessão de encerramento dos ‘Rencontres méditerranéennes’, ‘mas garantir, de acordo com as possibilidades de cada um, um grande número de entradas legais e regulares’. Para o Papa, central é encontrar, arriscar, amar, caminhar, encontrar soluções juntos. Tudo isso pede a cada um de nós uma mudança de perspectiva, passar do eu para o nós, recuperar a memória e o olhar para poder reconhecer no outro o rosto misericordioso de Jesus.

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03 outubro 2024, 10:42
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