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Cuidado da criação: há esperança se tiver mudança, afirma Ir. Smerilli

A conversão ecológica requer uma ‘inversão de rota’ das consciências de todos, porque a criação está intimamente ligada a uma revolução do espírito: eis a essência da coletiva de apresentação da mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, que se realizou na sexta-feira (28/06) na Sala de Imprensa da Santa Sé. A referência ao Jubileu 2025 foi central, como também a necessidade de envolver os jovens na defesa do ambiente, através das redes sociais.

Isabella Piro – Vatican News

Trata-se de uma crise climática, que “coloca toda a humanidade de joelhos” e representa “uma provocação clara e dramática para a nossa humanidade: se a criação sofrer, nós também sofremos; se houver harmonia entre os homens, haverá harmonia também na criação”.

Durante a coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé ressoou com força a advertência dos conferencistas chamados a apresentar a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado com a Criação. Este evento, instituído pelo Pontífice, em agosto de 2015, e que chega à sua décima edição, em 1º de setembro, tem caráter ecumênico.

Redenção da criação, em vista do Jubileu

O tema da Mensagem do Papa, apresentada com um breve vídeo, que resume seus pontos principais, é “Esperar e agir com criação”. Este tema, segundo a Irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, está orientado para o Ano Santo 2025, que tem como lema “Peregrinos da Esperança”: “O tema da ecologia integral poderá ser aprofundado em vista da redenção e a reabertura da história, que caracteriza cada Jubileu. Logo, “esperar e agir”, hoje, é dramaticamente mais claro, pois haverá esperança se houver mudança nas condições atuais”.

A esperança cristã vai além do otimismo

“Mas, para ser eficaz, acrescenta a Irmã Smerilli, esta mudança deve nascer de uma “conversão ecológica, que, como toda e qualquer experiência de conversão, se tornará um acontecimento espiritual, com repercussões visíveis e concretas”. Nesta perspectiva, a religiosa recorda o conteúdo “profundamente teológico” da Mensagem pontifícia, que reitera o aspecto da esperança de ser “quase um milagre de Deus, em nós e ao nosso redor, uma maravilha da graça, que vai bem além do otimismo”, com a qual se poderá “responder às circunstâncias históricas”.

Urgência de uma mudança de rota nas consciências de todos

“Esta resposta, destacou a secretária do Dicastério para o Serviço ao Desenvolvimento Humano Integral, é urgente, como é urgente o apelo à conversão ecológica, que “requer uma inversão de rota” nas consciências de todos. O ar, a água, a terra e os pobres “gritam no seu sofrimento”, diz a Irmã Smerilli; este grito está “interligado a uma revolução do espírito”. No entanto, embora todos os seres humanos sejam responsáveis ​​por este grito, nem todos são responsáveis​​“da mesma forma”: de fato, afirma a religiosa, quem mais recebeu da criação o fez ”ultrapassando os equilíbrios sobre os quais a justiça se funda".

Exemplo de São Francisco de Assis

Padre Daniel Rodríguez, diretor do setor “Justiça, Paz e Integridade da Criação” (JPIC), junto à Cúria geral dos Frades Menores, deteve-se sobre o aspecto da conversão: “Na mensagem do Papa Francisco, o Espírito Santo é mencionado 19 vezes e a esperança 14, o que significa que ambos são “essenciais na espiritualidade cristã” e que “a ação do Espírito permite ao cristão olhar para o futuro com esperança”. Por isso, não pode haver conversão dos estilos de vida “sem a força do Espírito e sem o otimismo da esperança”. Aqui, tendo em vista o Jubileu 2025, ano em que, além do Jubileu, serão comemorados também os 800 anos do Cântico das Criaturas, composto por São Francisco de Assis, em 1225, o Padre Daniel Rodríguez nos convida a seguir o exemplo do Pobrezinho de Assis, que nos leva a descobrir “a fraternidade, não só humana, mas também cósmica”: “Ele, de fato, soube ouvir o gemido da criação, do povo e dos pobres do seu tempo, aprendendo também a prestar atenção aos gemidos do Espírito”.

Importância de envolver os jovens

Desta forma, parece evidente, disse o Padre Alberto Ravagnani, sacerdote da arquidiocese de Milão e colaborador da Pastoral da Juventude da diocese, que "a nossa fé e a nossa santidade também se desenvolvem em relação à Criação, porque salvaguardar a criação é uma questão teológica e, portanto, antropológica”. Neste contexto, cabe aos jovens um papel importante, tanto cristãos como não cristãos, explica o sacerdote: “A atual crise climática paira sobre o futuro da juventude como uma ameaça cada vez mais inevitável; em particular, reina entre os jovens cristãos a consciência de que está em jogo o nosso destino na eternidade”.

A questão ambiental é um ponto de contato com os não-cristãos

Padre Alberto Ravagnani reitera ainda: “O tema do cuidado da criação deveria ser, justamente, incluído na Pastoral da Juventude para a formação da fé das novas gerações; uma fé que acende a esperança e mobiliza a ação, de modo a gerar novas obras para o bem do meio ambiente. Além disso, se o tema ambiental for proposto como indispensável para a nossa identidade de criaturas, filhos e irmãos, poderá ser ‘um ponto de contato’ entre a Igreja e a sociedade, entre cristãos e não cristãos, unidos a caminho de um mundo melhor".

Usar a web com sabedoria e coragem

O uso da Internet e das redes sociais deve ser central para a sensibilização, sobretudo, dos jovens a respeito do tema do ambiente. Por isso, o sacerdote recorda: “Os jovens partilham seus sonhos e batalhas através da internet. Por meio dela, a Igreja deve propor ao mundo uma ecologia humana integral, interceptando a esperança e a ação das novas gerações, também não cristãs, no cuidado da criação, para que haja um impacto real na sociedade atual, enquanto orienta o desenvolvimento da sociedade de amanhã”. E o sacerdote acrescenta: “Se as redes sociais puderem ajudar-nos a cumprir a nossa missão, então torna-se importante atuá-las e utilizá-las com sabedoria e coragem”. Assim sendo, a Mensagem do Papa também poderá seja difundida com a contribuição da “Fraternidade”, a comunidade que brota da atividade on-line do sacerdote, que, hoje, envolve cerca de 300 jovens, entre 16 e 26 anos, em toda a Itália.

Ativar projetos em longo prazo

Ao ser interrogado pelos jornalistas, Padre Alberto Ravagnani deteve-se nos protestos de jovens eco ativistas, dizendo que este tipo de manifestações divide muito: “Afinal, nem todos os jovens apoiam este modo extremista de expressar sua oposição. A maioria deles deseja se comprometer com a mudança das coisas, sem destruir o que já existe, mas criando algo novo, fazendo projetos que, em longo prazo, possam deixar suas marcas”.

O valor ecumênico do dia 1º de setembro

Por sua vez, na coletiva, interveio María Lía Zervino, da Associação Servidora, que, por iniciativa do sacerdote argentino e Servo de Deus Luís María Etcheverry Boneo, desde 1952, reúne mulheres consagradas.  Maria Zervino, membro do Conselho do Movimento Laudato si', recordou: “O Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação marca o início do Tempo da Criação, que termina no dia 4 de outubro, aniversário de São Francisco de Assis. Este tempo é celebrado por todas as denominações da família cristã, constituído de um valor ecumênico, especialmente na promoção da justiça e da paz no mundo.

Por um mundo livre de combustíveis fósseis

Neste sentido, María Lía Zervino convida-nos a “apoiar políticas que colocam limites ao poder incontrolado do homem sobre o meio ambiente, para perseguir no bem comum. Entre tais políticas encontra-se o Tratado de não proliferação de Combustíveis Fósseis, apoiado por muitos líderes religiosos e nações vulneráveis ​​à crise climática. A esperança é a de cultivar, em vista do 1º de setembro, um mundo livre do monopólio de combustíveis fósseis”.

Motu proprio “Fratello sole

Por fim, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, deteve-se na coletiva sobre a Carta apostólica Fratello Sole (Irmão Sol), em forma de motu proprio do Papa Francisco, publicada na quarta-feira, 26 de junho, com a qual o Vaticano será equipado de um sistema agro voltaico para a autonomia energética. A construção concreta da central, segundo Matteo Bruni, prevê o início de negociações com as autoridades italianas, também para a gestão de terrenos agrícolas. Os próximos passos serão anunciados futuramente.

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