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Diplomatas armênios falam durante a cerimônia na Basílica de São Bartolomeu (Vatican Media) Diplomatas armênios falam durante a cerimônia na Basílica de São Bartolomeu (Vatican Media)

Metz Yeghern, o cardeal Koch: o genocídio armênio foi um martírio ecumênico

A oração em Roma pelos mártires do "Grande Mal" no aniversário das perseguições de um século atrás, que levaram à morte de um milhão e meio de pessoas e à deportação de centenas de milhares de armênios. Em sua homilia, o prefeito do Dicastério para a Unidade dos Cristãos lembrou que todas as denominações cristãs foram afetadas naquela que foi a primeira de uma longa série de perseguições no século XX

Marco Guerra – Vatican News

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"Com a intercessão, a recordação e as orações dos Santos mártires do Genocídio Armênio que celebramos hoje, que sacrificaram a vida por sua fé e herança. Ó Senhor, concedei-nos vossa paz e grande misericórdia".

Essa foi uma das passagens mais significativas da oração ecumênica pelos mártires do genocídio armênio, que ressoou na tarde desta quinta-feira, 27 de abril, entre os muros da Basílica de São Bartolomeu, na Ilha Tiberina, em Roma.

O contexto da cerimônia e o genocídio

A celebração ecumênica organizada pela Igreja apostólica armênia junto à Santa Sé, pelo Pontifício Colégio Armênio em Roma e pelas embaixadas da República da Armênia na Itália e junto à Santa Sé faz parte da recordação do 108º aniversário do "Metz Yeghern", o "Grande Mal", ou seja, o holocausto de um milhão e meio de armênios pelas mãos do governo otomano da época. Tudo começou em 24 de abril de 1915, data em que todos os membros proeminentes da comunidade armênia de Istambul - intelectuais, acadêmicos, políticos - foram presos e depois levados para fora da metrópole, no Bósforo, para serem massacrados. Essa data tornou-se, portanto, um dia da memória, profundamente sentido tanto na Armênia quanto entre as comunidades exiladas no mundo inteiro.

Cardeal Koch: 'armenicídio' foi o início de tantas perseguições

O momento central da cerimônia realizada na Basílica dedicada à memória dos mártires foi a homilia do cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que presidiu toda a cerimônia ecumênica. O purpurado colocou logo em evidência que os cristãos que deram suas vidas pela fé não caíram no esquecimento, e que o genocídio armênio foi a primeira grande perseguição anticristã do século XX, um século em que "a cristandade mais uma vez se tornou uma Igreja mártir, principalmente por causa das ditaduras anticristãs e neopagãs do nacional-socialismo e do comunismo soviético". "A trágica história do martírio de tantos cristãos começou com o 'armenicídio' - explicou o cardeal -, o genocídio do povo armênio no início do século XX. Esse terrível evento nos lembra o que na fé cristã merece ser chamado de martírio".

O ecumenismo do martírio

O prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos lembrou então que o martírio cristão não é marcado pelo desprezo pela vida e pelo desejo de morte, mas pelo amor. "Ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida por seus amigos, nestas palavras de Jesus está resumido todo o mistério do martírio cristão", enfatizou o purpurado, haurindo do Evangelho. "A cruz de Jesus Cristo é o amor em sua forma mais radical; e Jesus se coloca diante de nossos olhos como o primeiro mártir", continuou o cardeal Koch, enfatizando que "o martírio cristão é a livre aceitação da morte por amor da fé". Nesta ótica, o prefeito reconheceu "a grande dívida de gratidão para com os cristãos armênios por terem testemunhado com suas vidas o que significa o martírio". Mas a lição mais importante que vem dos mártires armênios é ter mostrado "que todas as Igrejas cristãs, tanto a Igreja apostólica armênia quanto a Igreja católica armênia, têm seus mártires da fé e, consequentemente, que o martírio é ecumênico". "O ecumenismo dos mártires, ou como diz o Papa Francisco, o ecumenismo do sangue – acrescentou - é, portanto, sem dúvida, o sinal mais convincente do ecumenismo hoje.

Muitos cristãos ainda sofrem o martírio

O cardeal observou ainda que os cristãos armênios também mostraram que esse martírio só pode ser suportado se for apoiado pela confiança na promessa da fé cristã, que é expressa no Evangelho de hoje com a bela imagem das moradas: "A triste hipótese de que perseguidores, carrascos e assassinos poderão triunfar sobre suas vítimas na eternidade está completamente em desacordo com a promessa cristã das moradas celestiais". Por fim, o chefe do Dicastério dirigiu-se aos mártires armênios como intercessores e pediu-lhes que, em sua morada celestial, "nos acompanhem hoje em nosso testemunho de fé com suas orações e, acima de tudo, que apoiem os muitos cristãos que são perseguidos e têm que sofrer o martírio no mundo de hoje".

O compromisso da Armênia de evitar novos genocídios

Na abertura da cerimônia, Garen Nazarian, embaixador da República da Armênia junto à Santa Sé, e Tsovinar Hambardzumyan, embaixadora da República da Armênia na Itália, expressaram suas saudações. Os dois diplomatas lembraram os perigos que a população da Armênia ainda enfrenta devido aos ataques contra a população de Nagorno Karabakh (uma região de maioria armênia localizada entre o Azerbaijão e a Armênia, ndr) e a retórica anti-armênia presente em algumas áreas do Cáucaso. Em seguida, os embaixadores reafirmaram o esforço do governo armênio "pela justiça, pelo conhecimento da verdade, pela prevenção de novos genocídios e crimes contra a humanidade e pela luta contra a discriminação e a intolerância por motivos étnicos, religiosos e raciais".

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