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Editorial: A grande tarefa

O Papa Francisco escreveu uma carta aos bispos dos Estados Unidos para pedir-lhes uma nova mentalidade no exercício do poder para lidar com os casos de abusos que minaram a credibilidade da Igreja no país.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

A carta, divulgada na quinta-feira última (03/01), mas datada de 1º de janeiro, é dirigida aos bispos da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, que estão realizando Exercícios Espirituais até terça-feira próxima na localidade de Mundelein, na Arquidiocese de Chicago.

O Pontífice confessou que durante o encontro que teve com a cúpula do episcopado dos EUA em 13 de setembro no Vaticano, avançou seu desejo de ir pessoalmente a essas meditações, embora no final não fosse possível devido a "problemas logísticos".

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No entanto, Francisco encarregou-se de enviar o pregador da Casa Pontifícia, o capuchinho Frei Raniero Cantalamessa, para "guiá-los com sua sábia experiência" em suas meditações.

O Papa com esta carta procura "suprir de alguma forma a falida viagem" e, por essa razão, se expande em seis páginas, escritas em espanhol, nas quais analisa "a ferida da credibilidade" que causou à Igreja os numerosos casos de abuso e seu encobrimento em todo o país.

Na carta Francisco reconhece que "a credibilidade da Igreja tem sido fortemente questionada e enfraquecida por esses pecados e crimes", os abusos de poder, consciência e sexuais, mas acima de tudo pela "vontade de querer dissimulá-los e escondê-los".

"A atitude de ocultação, como sabemos, longe de ajudar a resolver conflitos, permitiu que os mesmos se perpetuassem e ferissem mais profundamente a rede de relacionamentos que hoje somos chamados a curar e recompor", disse ele.

Francisco ressalta que para este trabalho, para "a luta contra a cultura do abuso, a ferida na credibilidade, desconcerto, confusão e descrédito na missão" se requer "uma atitude renovada e determinada para resolver o conflito".

Isso implica, precisamente, "a capacidade - ou não - de que temos como comunidade de construir vínculos e espaços saudáveis e maduros, que saibam respeitar a integridade e a intimidade de cada pessoa". Mas também exige "a capacidade de convocar para despertar e dar confiança na construção de um projeto comum, amplo, humilde, seguro, sóbrio e transparente". E também, precisa "não apenas de uma nova organização, mas da conversão de nossa mente (metanoia), de nossa maneira de rezar, de administrar o poder e o dinheiro, de viver a autoridade, bem como de nos relacionarmos uns com os outros e com o mundo "escreveu Francisco.

Na sua opinião, o dano à credibilidade "não se resolve por decretos voluntaristas ou simplesmente pelo estabelecimento de novas comissões ou pela melhoria dos organogramas de trabalho", algo que é mais típico de "chefes de agências de recursos humanos".

Essa visão, embora em alguns casos seja necessária, é "insuficiente" e adverte que "acaba reduzindo a missão do pastor e da Igreja a uma mera tarefa administrativa/organizacional no 'empreendimento de evangelização'. Assim, o Pontífice fez um chamado à unidade nesta missão e pediu para "quebrar o círculo vicioso de reprovação, deslegitimação e descrédito" e "evitar a fofoca e difamação" dentro da Igreja Católica.

A carta do Papa aos bispos dos Estados Unidos é toda permeada pelo desejo de unidade, segundo a oração de Jesus ao Pai: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste "(Jo 17, 21). A maior tentação "na hora da cruz" - afirma Francisco - é precisamente "a falta de unidade, divisão e a dispersão". Foi o que aconteceu com Jesus e o Senhor o sabia disso muito bem. "O Evangelho não tem medo de desvendar" as tensões e contradições na vida da primeira comunidade de discípulos. É uma realidade com a qual temos que lidar.

O povo fiel de Deus e a missão da Igreja sofreram muito por causa de abusos de poder, consciência, sexuais e por causa de sua má administração, para que possamos – escreveu -, acrescentar o sofrimento de encontrar um episcopado desunido, focado mais em desprestigiar-se do que em encontrar formas de reconciliação".

"Que grande tarefa temos em nossas mãos, e não a podemos silenciar e anestesiar com nossos limites e faltas", destacou Francisco que se reunirá com os presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo no dia 21 de fevereiro para tratar precisamente desta questão, deste tema, que tanta dor causou e causa à Igreja e ao Povo de Deus.

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04 janeiro 2019, 18:01
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