Papa a cardiologistas: garantir avanços da ciência a todos, inclusive aos pobres

Leão XIV recebeu uma delegação do "Paris Course on Revascularization", um dos maiores e mais influentes congressos internacionais de cardiologia intervencionista. Enalteceu a "unidade entre excelência científica e serviço à humanidade", a exemplo da ternura de Cristo a doentes e vulneráveis: "encorajo a promover um espírito de colaboração global, a compartilhar generosamente o conhecimento e a garantir que os avanços no tratamento permaneçam acessíveis a todos, especialmente aos pobres".
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Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu na manhã desta sexta-feira (05/11), no Vaticano, uma delegação de 20 pessoas que representam o Paris Course on Revascularization, um dos maiores e mais influentes congressos internacionais de cardiologia intervencionista. O evento científico reúne anualmente em Paris, na França, milhares de profissionais da área cardiovascular, entre pesquisadores, indústria médica e líderes de opinião, para apresentar estudos e técnicas recentes, definir tendências e atualizar diretrizes práticas que muitas vezes irão influenciar recomendações internacionais. A última edição foi em maio deste ano e a próxima já está marcada para maio de 2026.

Depois de dar as boas-vindas à delegação do Curso de Revascularização de Paris, Leão XIV agradeceu pela presença em pleno Jubileu da Esperança, "um ano em que toda a Igreja eleva os olhos para o Senhor, que renova as forças, reacende a coragem e nos ensina a ter esperança, mesmo em meio à fragilidade humana". O Pontífice, então, enalteceu o trabalho dos cardiologistas, um ponto de encontro "entre a ciência, a compaixão e a responsabilidade ética".

Fazendo menção à Constituição Veritatis Gaudium, de Papa Francisco, sobre as universidades e as faculdades eclesiásticas, Leão XIV se uniu à voz do seu predecessor para afirmar que é indispensável centros qualificados de investigação que aprofundem o diálogo com diferentes campos científicos e também na defesa dos pobres, com a construção de uma rede de respeito e de fraternidade:

"A Igreja afirma consistentemente a vocação da investigação científica, que abre a pessoa humana à verdade e a um serviço mais profundo do bem comum. Vocês encarnam esse espírito sempre que procuram curar o coração, tanto física como metaforicamente, trazendo alívio aos que sofrem e esperança às suas famílias."

A delegação ao ouvir a saudação do Papa Leão XIV no Vaticano
A delegação ao ouvir a saudação do Papa Leão XIV no Vaticano   (@VATICAN MEDIA)

Tornar os avanços científicos acessíveis aos vulneráveis

Em seguida, o Pontífice citou João Paulo II, com a Encíclica Evangelium Vitae sobre o valor e inviolabilidade da vida humana, ao falar da importância do médico se empenhar com o "serviço da vida", pois "reflete a ternura com que o próprio Cristo se aproximava dos doentes e dos vulneráveis", com a sua palavra e os seus gesto. São breves reflexões, finalizou o Papa, sobre uma missão que deve continuar sendo "farol de esperança, iluminando a profunda unidade entre a excelência científica e o serviço à humanidade":

“O seu amor constante (de Cristo) inspira a dedicação que vocês demonstram através da pesquisa, da formação e das delicadas intervenções que preservam a vida. Cada batimento cardíaco confiado aos seus cuidados é um lembrete de que a vida é um dom, sempre um mistério a ser reverenciado. Eu encorajo vocês, portanto, a continuar promovendo um espírito de colaboração global, a compartilhar generosamente o conhecimento e a garantir que os avanços no tratamento permaneçam acessíveis a todos, especialmente aos pobres e marginalizados.”

A foto oficial do Papa com a delegação do Curso de Revascularização de Paris
A foto oficial do Papa com a delegação do Curso de Revascularização de Paris   (@VATICAN MEDIA)

 

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05 dezembro 2025, 11:45