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O Papa com a comunidade do Almo, Colégio Caprânica de Roma O Papa com a comunidade do Almo, Colégio Caprânica de Roma  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Papa: cuidem da missão à qual Jesus chama a Igreja hoje

O Pontífice encontrou os estudantes do Almo Colégio Caprânica e os exorta a cuidar de sua relação com Deus, com os bispos e com o povo de Deus e a exercer o serviço pastoral com caridade, oferecendo também “um precioso serviço de assistência às pessoas necessitadas”. “Vivam esta missão com o estilo que apropriadamente descrevemos como sinodal”, disse Francisco.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (20/01), na Sala Clementina, no Vaticano, os estudantes do Almo, Colégio Caprânica de Roma.

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O Pontífice iniciou o seu discurso, recordando Santa Inês, Virgem e Mártir, padroeira do colégio, cuja festa será celebrada nesta terça-feira (21/01). "Estou feliz por encontrá-los nesta vigília, nos primeiros dias do Ano Jubilar e também na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos", disse Francisco.

Motivados pela fé em Jesus Cristo

O Papa recordou que seis anos atrás, em 14 de janeiro de 2019, aprovou os novos Estatutos do Almo Colégio Caprânica. "Confirmo sua validade e os exorto a corresponder às orientações que oferecem, permitindo-os amadurecer a liberdade fiel e responsável exigida a quem é confiado um ministério na Igreja", sublinhou o Pontífice.

"Vocês são uma comunidade de jovens e adultos, motivados pela fé em Jesus Cristo e pelo desejo de responder ao seu chamado. Seus Bispos os enviaram a Roma para se prepararem para o ministério ordenado ou para aperfeiçoar sua formação nos primeiros anos", sublinhou Francisco, ressaltando que os estudantes do Almo vêm de trinta e nove dioceses diferentes: vinte e seis italianas, quatorze não italianas, incluindo uma eparquia da Igreja Siro-Malabar.

Um momento da audiência
Um momento da audiência

Cuidar da missão eclesial

"Séculos atrás, um antecessor meu concedeu ao Colégio Caprânica o título de “Almo”. Este termo pode ser traduzido, em italiano, como “aquilo que nutre” ou “que dá vida e mantém vivo”, disse o Papa, recordando que é possível nutrir-se bem, quando a pessoa não se perde pela estrada, “delirando”. "Quando é que alguém acaba “delirando”? Quando se transcuram as relações fundamentais, as “proximidades” que muitas vezes tive ocasião de recordar, falando aos seminaristas e ministros ordenados, as três proximidades: proximidade com Deus; proximidade com seu bispo; proximidade com o seu povo. As três proximidades de um sacerdote. Há uma quarta: a proximidade entre vocês", disse ainda o Papa.

Cuidem da missão à qual Jesus chama a Igreja hoje, em tempos complexos, mas sempre alcançados pela misericórdia divina. Vivam esta missão com o estilo que apropriadamente descrevemos como “sinodal”. Imagino que vocês conheçam o Documento Final da XVI Assembleia do Sínodo dos Bispos, onde diz que “a sinodalidade é um caminho de renovação espiritual e de reforma estrutural para tornar a Igreja mais participativa e missionária, isto é, para torná-la mais capaz de caminhar com cada homem e cada mulher irradiando a luz de Cristo».

Francisco os convidou a sentirem-se "parte deste caminho e a promovê-lo desde já: no Colégio, nas Universidades Pontifícias onde estudam, nas paróquias de Roma, na prisão de Rebibbia, no Hospital Menino Jesus", nos lugares onde realizam a experiência pastoral no caminho de formação. "Foi a coragem de São Paulo VI que colocou a sinodalidade no final do Concílio, abrindo o caminho sinodal", sublinhou.

A caridade se expressa concretamente

O Pontífice agradeceu ao Colégio Caprânica, ao qual foi confiado há mais de um século “o serviço litúrgico em algumas celebrações na Basílica Papal de Santa Maria Maior” e que, de vez em quando, participa também das liturgias celebradas na Basílica de São Pedro, sublinhando que não há liturgia cristã se os gestos realizados “não forem acompanhados por uma vida de fé, esperança e caridade”.

A caridade se expressa de modo concreto, não com palavras, e em seu Colégio, também por meio de um pequeno, mas precioso serviço de assistência às pessoas necessitadas que sabem que podem encontrar em vocês um apoio para enfrentar o peso da vida com menos cansaço. Que este serviço também os ajude a não “delirar”, como acontece quando se perde o contato com quem se encontra em situações de marginalização e dificuldade.

Foto de grupo da comunidade do Colégio Caprânica com o Papa
Foto de grupo da comunidade do Colégio Caprânica com o Papa

Cuidar da relação com o pobre

Devemos cuidar, em particular, da “relação com o pobre”, “olhando os seus olhos, tocando as suas mãos, porque Jesus está ali”. “Quando eu atendo confissão, pergunto, quando há oportunidade: 'Você dá esmola?'. 'Sim, sim, eu dou.' 'E quando você dá esmola, você olha nos olhos da pessoa e toca na mão, ou joga a moeda e segue em frente sem olhar?'“ "Não é tanto a esmola que é importante, mas sim essa relação com o pobre, com Jesus pobre ali presente", concluiu.

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20 janeiro 2025, 12:10