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Soldado indonésio, membro da tropa de manutenção da paz UN/African Union Unamid no Sudão Soldado indonésio, membro da tropa de manutenção da paz UN/African Union Unamid no Sudão 

Seis capacetes azuis de Bangladesh mortos em ataque no Sudão

Bangladesh, um dos principais colaboradores das missões de paz da ONU desde 1988, conquistou reconhecimento global por sua confiabilidade e rápida mobilização. Mais de 160 soldados de paz bengaleses perderam a vida em missões no Congo, Mali e Sudão do Sul. Em 2022, a ONU concedeu à equipe médica feminina bengalesa na República Democrática do Congo o título de "Contingente Mais Valioso", reafirmando sua excelente reputação.

Vatican News com Asianews

Seis soldados bengaleses das tropos de manutenção da paz das Nações Unidas foram mortos e outros oito ficaram feridos em um ataque de grupos armados a uma base das Nações Unidas na região sudanesa de Abyei. O ataque foi confirmado pelo Departamento de Relações Públicas Inter-Serviços (ISPR), o braço de relações públicas das Forças Armadas de Bangladesh, responsável por divulgar notícias e informações militares à mídia e ao público.

O ataque, realizado com drones e armamento pesado, teve como alvo a base da ONU em meio aos confrontos em curso na região rica em petróleo disputada entre o Sudão e o Sudão do Sul. Os combates continuam na área, disse o ISPR, acrescentando que operações de socorro estão em andamento.

O Exército de Bangladesh, em um comunicado em seu perfil no Facebook, revelou que 14 capacetes azuis foram emboscados por terroristas. "Seis de nossos bravos soldados foram martirizados e outros oito ficaram feridos", diz o comunicado. Entre os feridos, um permanece em estado crítico após passar por cirurgia; os demais foram transportados de avião para tratamento especializado.

Entre os soldados mortos estão o cabo Masud Rana (Nator), os soldados Mominul Islam (Kurigram), Shamim Reza (Rajbari) e Shanto Mandal (Kurigram), o garçom Mohammad Jahangir Alam (Kishoreganj) e o lavador Sabuj Mia (Gaibandha). O sacrifício deles, disse o exército, "permanecerá como um símbolo brilhante e glorioso do compromisso de Bangladesh com a paz mundial".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente o ataque, classificando-o como "alarmante" e alertando que tais ataques contra forças de paz da ONU podem constituir crimes de guerra sob o direito internacional. Em um telefonema pessoal para o conselheiro-chefe, Dr. Muhammad Yunus, Guterres expressou suas mais profundas condolências a Bangladesh e às famílias das vítimas. "Estou profundamente chocado e alarmado com o ataque contra as forças de paz de Bangladesh", disse ele.

A região de Abyei, sob jurisdição da Força Interina de Segurança das Nações Unidas (UNISFA), tem sido um foco de violência há anos. Confrontos entre as forças armadas sudanesas e as Forças de Apoio Rápido paramilitares têm desestabilizado a área desde a divisão do Sudão em 2011. Kaduguli, a capital do Estado de Kordofan, tem sido palco de intensos combates por quase três anos.

Bangladesh, um dos principais colaboradores das missões de paz da ONU desde 1988, conquistou reconhecimento global por sua confiabilidade e rápida mobilização. Mais de 160 soldados de paz bengaleses perderam a vida em missões no Congo, Mali e Sudão do Sul. Em 2022, a ONU concedeu à equipe médica feminina bengalesa na República Democrática do Congo o título de "Contingente Mais Valioso", reafirmando sua excelente reputação.

O governo, os líderes políticos e os cidadãos expressaram profundas condolências pela tragédia. "O sacrifício desses mártires iluminará para sempre a imagem de Bangladesh como um Estado humano e responsável", declarou o ISPR, instando a nação a honrar sua memória.

Além de sua bravura, os soldados da paz também contribuem significativamente para a economia de Bangladesh por meio de remessas e fortalecendo a posição diplomática do país no mundo. Sua dedicação inabalável reflete um profundo compromisso com a justiça e a humanidade, mesmo ao custo de suas vidas.

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15 dezembro 2025, 12:40