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Tendas abrigam palestinos deslocados pelo conflito no complexo Hamad Residential City, ao norte de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (AFP) Tendas abrigam palestinos deslocados pelo conflito no complexo Hamad Residential City, ao norte de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (AFP)

Gaza: 11 crianças mortas em ataques israelenses. 4 bebês morrem de hipotermia

Quatro bebês e crianças pequenas morreram de hipotermia nos últimos dias. Essas mortes evitáveis revelam as condições desesperadoras e cada vez piores enfrentadas pelas famílias e crianças em Gaza. Com a expectativa de que as temperaturas caiam ainda mais nos próximos dias, é tragicamente previsível que mais vidas de crianças sejam perdidas devido às condições desumanas que não oferecem proteção contra o frio: afirma o diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Beigbeder

Vatican News

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“Nos últimos dias do ano, parece não haver fim para as ameaças mortais às crianças em Gaza. Nos últimos três dias, pelo menos onze crianças foram mortas em ataques. Agora também estamos testemunhando a morte de crianças devido ao frio e à falta de abrigo adequado”: é o que afirma o diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Edouard Beigbeder.

De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, quatro bebês e crianças pequenas morreram de hipotermia nos últimos dias. Essas mortes evitáveis revelam as condições desesperadoras e cada vez piores enfrentadas pelas famílias e crianças em Gaza. Com a expectativa de que as temperaturas caiam ainda mais nos próximos dias, é tragicamente previsível que mais vidas de crianças sejam perdidas devido às condições desumanas que não oferecem proteção contra o frio.

Gaza, um ano de dificuldades inimagináveis para as famílias

2024 foi um ano de dificuldades inimagináveis para as famílias de Gaza. Além da ameaça constante de ataques, muitas vivem sem abrigo, nutrição e assistência médica adequados. Lesões causadas pelo frio, como congelamento e hipotermia, representam um sério risco para crianças pequenas que vivem em tendas e outros abrigos improvisados que não estão equipados para o frio. Para bebês, crianças pequenas e crianças vulneráveis do ponto de vista médico, o perigo é ainda maior, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância na referida declaração.

Cenas de destruição após ataques das forças israelenses em Nuseirat, centro da Faixa de Gaza (Reuters)
Cenas de destruição após ataques das forças israelenses em Nuseirat, centro da Faixa de Gaza (Reuters)

Trabalho incansável do Unicef

As equipes do Unicef no local continuam a trabalhar incansavelmente, distribuindo roupas de inverno, cobertores e suprimentos de emergência para as crianças. No entanto, a capacidade das agências humanitárias de fornecer ajuda para salvar vidas na medida do necessário continua severamente limitada.  Em novembro, uma média de 65 caminhões de ajuda entraram em Gaza por dia, número insuficiente para atender adequadamente às necessidades urgentes de crianças, mulheres e outros civis. A parte mais ao norte de Gaza está sob cerco israelense quase total há mais de dois meses, denuncia o Unicef.

“O acesso humanitário seguro e irrestrito à Faixa de Gaza e dentro dela, para alcançar as populações afetadas onde quer que estejam, inclusive no norte, é fundamental. Todas as passagens de acesso devem ser abertas, inclusive para combustível e materiais necessários para operar e reabilitar a infraestrutura essencial e os suprimentos comerciais”, lê-se ainda na declaração.

Crianças palestinas ajudam a empurrar um carro enquanto as pessoas deixam suas casas após receberem ordens de evacuação no campo de refugiados de Bureij, centro da Faixa de Gaza (AFP)
Crianças palestinas ajudam a empurrar um carro enquanto as pessoas deixam suas casas após receberem ordens de evacuação no campo de refugiados de Bureij, centro da Faixa de Gaza (AFP)

Direito das crianças a um futuro livre do medo

Os agentes humanitários e os suprimentos devem circular com segurança pela Faixa de Gaza para chegar com segurança às comunidades que precisam desesperadamente deles.

“Ao nos aproximarmos de um novo ano, as crianças têm o direito a um futuro livre do medo e cheio de promessas. Isso começa com um cessar-fogo imediato e duradouro em Gaza, a libertação de todos os reféns e um compromisso renovado de trabalharmos juntos para atender às necessidades urgentes das crianças e de suas famílias”, conclui.

(com Fides)

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27 dezembro 2024, 10:20