Busca

Cookie Policy
The portal Vatican News uses technical or similar cookies to make navigation easier and guarantee the use of the services. Furthermore, technical and analysis cookies from third parties may be used. If you want to know more click here. By closing this banner you consent to the use of cookies.
I AGREE
MISSA EM LATIM
Programação Podcast
Ativistas pró-vida diante da Suprema Corte em Washington DC, em 24 de junho de 2022. (Photo by Olivier Douliery) Ativistas pró-vida diante da Suprema Corte em Washington DC, em 24 de junho de 2022. (Photo by Olivier Douliery) 

EUA: Suprema Corte anula a sentença sobre o direito ao aborto. Os bispos: dia histórico

Os juízes aboliram a sentença Roe v. Wade com a qual em 1973 o mesmo Tribunal havia legalizado a interrupção da gravidez em todo o país. Cada Estado agora é livre para aplicar suas leis sobre o assunto. A USCCB aplaude a decisão: "Por quase 50 anos, a América vem aplicando uma lei injusta". A Pontifícia Academia para a Vida: "Desenvolver escolhas políticas que promovam condições de existência em favor da vida sem cair em posições ideológicas".

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Ouça e compartilhe!

Em meio a uma opinião pública fragmentada, entre pareceres políticos divergentes e enquanto os bispos falam de um "dia histórico", a Suprema Corte dos Estados Unidos aboliu a sentença Roe v. Wade com a qual em 1973 o mesmo Tribunal legalizou o aborto nos EUA. Agora, portanto, cada Estado é livre para aplicar suas leis sobre o assunto.

"A Constituição não confere o direito ao aborto", lê-se na sentença formulada por um Tribunal dividido com 6 votos a favor e 3 contra. "O aborto apresenta uma profunda questão moral. A Constituição não proíbe os cidadãos de cada Estado de regular ou proibir o aborto”.

A decisão foi tomada no caso “Dobbs v. Jackson Women's Health Organization", em que os juízes confirmaram a lei do Mississippi que proíbe a interrupção da gravidez após 15 semanas. Quem apelou foi a única clínica que restava no Estado que oferecia aborto.

Leia mais restritivas

 

Um esboço da lei vazado nas últimas semanas havia indicado que a maioria dos 'sábios' era a favor da derrubada da Roe v. Wade, suscitando muita polêmica e protestos nos EUA. Dos cinquenta Estados, 26 (incluindo Texas e Oklahoma) têm leis mais restritivas na matéria. Nove têm limites do aborto que precedem a sentença “Roe v. Wade”, e que ainda não foram aplicadas, mas que agora poderiam ser efetivadas, enquanto 13 têm as chamadas “proibições latentes”, que deveriam entrar em vigor imediatamente. Trata-se de Estados republicanos que aprovaram leis rigorosas sobre o aborto, vinculando-as à aguardada decisão da Suprema Corte desta sexta-feira, 24. Em 30 dias poderão proibir o aborto, exceto nos casos em que a vida da mãe esteja em perigo.

As declarações dos representantes políticos

 

A sentença suscitou reações constrastantes, entre a presidente da Câmara nos EUA, a democrata Nancy Pelosi de um lado, que fala de uma decisão "cruel e escandalosa" que coloca em jogo os direitos das mulheres, e Mike Pence, vice-presidente sob a presidência de Donald Trump, por outro, que disse: "A vida venceu", e exortou todos a trabalharem juntos pela "defesa do nascituro e apoio às mulheres grávidas em crise".

A nota dos bispos católicos

 

Já a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) - que no ano passado se dividiu no debate sobre o acesso aos sacramentos para os políticos católicos que promovem políticas pro-choice - falou de "um dia histórico na vida do nosso país".

Em uma longa e articulada declaração assinada pelo presidente, arcebispo José H. Gomez, de Los Angeles, e pelo arcebispo William E. Lori de Baltimore, presidente da Comissão para atividades em favor da vida da USCCB, lemos: "Por quase cinquenta anos, os Estados Unidos aplicaram uma lei injusta que permitiu a alguns decidir se outros podem viver ou morrer; esta política levou à morte de dezenas de milhões de nascituros, gerações às quais foi negado o direito de nascer”.

“A América foi fundada na verdade de que todos os homens e mulheres são criados iguais, com direito, dado por Deus, à vida, à liberdade e à busca da felicidade”, sublinha a nota dos bispos. "Rezemos para que nossos funcionários eleitos aprovem leis e políticas que promovam e protejam os mais vulneráveis ​​entre nós".

O pensamento às mulheres e crianças

 

O "primeiro pensamento", escrevem ainda Dom Gomez e Dom Lori, vai para "os pequeninos cujas vidas foram tiradas desde 1973", mas também para "todas as mulheres e homens que sofreram por causa do aborto": "Como Igreja, devemos servir aqueles que enfrentam gravidezes difíceis e os cercam de amor”.

Os bispos agradecem aos “incontáveis ​​americanos comuns de todas as esferas da vida” que nos últimos anos “trabalharam juntos pacificamente para educar e persuadir seus próximos sobre a injustiça do aborto, oferecer assistência e aconselhamento às mulheres e trabalhar por alternativas ao aborto, incluindo adoção, acolhimento familiar e políticas públicas que realmente apoiem as famílias”. A decisão da Suprema Corte, dizem eles, também é fruto de suas orações, seus sacrifícios e seu apoio.

“O trabalho deles pela causa da vida reflete tudo o que há de bom em nossa democracia, e o movimento pró-vida merece ser contado entre os grandes movimentos de mudança social e direitos civis na história de nossa nação”, escrevem novamente na nota. E então acrescentam: "Agora é a hora de começar a construir uma América pós-Roe. É hora de curar as feridas e consertar as divisões sociais; é tempo de reflexão fundamentada e diálogo civil, e de nos unirmos para construir uma sociedade e uma economia que sustentem os casamentos e as famílias, e na qual cada mulher tenha o apoio e os recursos de que precisa para colocar o próprio filho no mundo com amor”.

A Academia para a Vida: a questão desafia o mundo inteiro

 

Essas mesmas palavras conclusivas da nota dos bispos estadunidenses são relatadas no comunicado divulgado no entardecer pela Pontifícia Academia para a Vida, que diz: “O parecer da Corte mostra como a questão do aborto continua a suscitar acalorados debates. O fato que um grande país com uma longa tradição democrática mudou de posição nesta questão também desafia o mundo inteiro. Não é certo que o problema seja deixado de lado sem uma consideração geral adequada. A proteção e defesa da vida humana não é uma questão que pode permanecer confinada ao exercício dos direitos individuais, mas sim uma questão de amplo significado social".

Paglia: refletir juntos sobre o tema da generatividade

 

Após 50 anos, para a Academia vaticana “é importante reabrir um debate não ideológico sobre o lugar que a proteção da vida tem em uma sociedade civil para perguntar-se que tipo de convivência e de sociedade queremos construir”.

Na prática, trata-se de desenvolver "escolhas políticas que promovam condições de existência em favor da vida sem cair em posições ideológicas apriorísticas", portanto, "garantir uma educação sexual adequada, garantir cuidados de saúde acessíveis a todos e preparar medidas legislativas para proteger família e maternidade, superando as desigualdades existentes”. Ao mesmo tempo, é necessária "uma assistência sólida às mães, casais e nascituros que envolva toda a comunidade, favorecendo a possibilidade de as mães em dificuldade prosseguirem com a gravidez e confiarem a criança a quem possa garantir seu crescimento".

Para Monsenhor Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, "diante de uma sociedade ocidental que está perdendo a paixão pela vida, este ato é um forte convite para refletirmos juntos sobre a grave e urgente questão da generatividade humana e as condições que a tornam possível; escolhendo a vida, está em jogo a nossa responsabilidade pelo futuro da humanidade".

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

24 junho 2022, 20:07
<Ant
Abril 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930    
Prox>
Maio 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031