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Possíveis desdobramentos dos protestos no Cazaquistão

Nos confrontos em curso no Cazaquistão entre manifestantes antigovernamentais e forças de segurança, já morreram até agora 26 manifestantes e 18 agentes. O boletim oficial das autoridades cazaques fala de mais de 3 mil pessoas presas e 748 policiais feridos. Parte dos 2.500 soldados russos da Organização do Tratado de Segurança Coletiva já chegaram ao país para proteger o regime de Tokaev.

Para o sacerdote Edoardo Canetta - por vinte anos missionário no país, cinco dos quais como Vigário Geral da Ásia Central, atualmente docente na Academia Ambrosiana em Milão – não se trata de um simples protesto contra a alta dos preços, mas de uma crise política que atinge sobretudo a nova classe média-alta e que poderia desencadear uma campanha nacionalista e antiocidental.

Até o ano passado no Cazaquistão – explicou à Agência Fides -  o litro do combustível custava 40 centavos de dólar, um preço impensável na Itália. Hoje tais tarifas dobraram e, paralelamente, a inflação atingiu picos muito altos. Tudo isso levou a classe média a protestar violentamente: são os cidadãos que se sentem mais afetados, visto que os pobres não têm carro. As pessoas não conseguem entender por que um país que 'flutua' no gás e petróleo tem que pagar quantias tão altas para se abastecer."

Tal fenômeno - acrescenta o sacerdote - se deve aos acordos plurianuais assinados entre o Cazaquistão e as grandes empresas de petróleo e energia logo após o colapso da URSS: "Quando a União Soviética caiu, o Cazaquistão, como todos os países da região, estava em estado de pobreza absoluta. Por isso, concordou em firmar contratos, válidos ainda hoje e por vários anos, segundo os quais apenas uma porcentagem muito baixa dos lucros das extrações vai para o país. A enriquecer com esta atividade desenvolvida em território cazaque são, portanto, as grandes empresas estrangeiras que, por outro lado, têm apoiado investimentos e levado tecnologia, pesquisa e recursos humanos. A população cazaque, no entanto, não entende o motivo desses acordos e continua reivindicando a propriedade das jazidas. Por isso, sejam quais forem os protestos de hoje, não é impensável que a culpa recaia sobre os estrangeiros e que se possa empreender uma campanha nacionalista, em particular contra os ocidentais”.

A revolta começou na madrugada de 5 de janeiro e afeta várias cidades do Cazaquistão, mas tem seu epicentro em Almaty, a capital financeira do país. Desde o início, os protestos assumiram características violentas: dezenas de manifestantes foram feridos ou mortos nos confrontos, 18 policiais perderam a vida e mais de 2.000 pessoas foram presas. Os manifestantes ocuparam e saquearam estações de televisão e aeroportos, resultando na suspensão das conexões aéreas.

Já desde as primeiras horas da revolta, o país foi isolado: as ligações telefônicas são precárias e a conexão de Internet quase não existe, como confirma à Agência Fides o diretor nacional da Caritas, Pe. Guido Trezzani, residente em Talgar, cidade a poucos quilômetros de Almaty: “Há dois dias - observa o missionário - foi declarado o estado de emergência devido às desordens que eclodiram em várias partes do país. A primeira consequência é que bloqueiam a Internet e todos os serviços relacionados. Em alguns momentos é possível usar o e-mail, mas outros serviços como o Skype e as redes sociais foram bloqueados”.

Como informou à Fides um trabalhador da Caritas Cazaquistão, já há dois dias o pessoal da organização, com sede em Almaty, não pode ir ao escritório: “Estamos a cerca de um quilômetro e meio do prédio do governo e se ouve estrondos, mas não sabemos realmente o que são. Estamos todos bem, mas acho que o mais seguro agora é ficar em casa”, informa.

Neste meio tempo, enquanto as tropas enviadas pela Rússia em apoio ao governo chegavam ao país, o Ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão emitiu uma nota na qual é enfatizado que "os direitos e interesses de todos os representantes da nossa população multiétnica e multi-confessional, a segurança dos cidadãos estrangeiros no país, incluindo representantes diplomáticos e jornalistas", continuará a ser garantida.

*Com Agência Fides

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