República Democrática do Congo: um pacto pela paz no leste do país
Vatican News
“Pacto social para a paz e a convivência na República Democrática do Congo e na região dos Grandes Lagos”. Este é o nome do acordo assinado pela Conferência Episcopal Nacional do Congo (Conférence Épiscopale Nationale du Congo CENCO) e a Igreja de Cristo no Congo (Église du Christ au Congo ECC), organismo que reúne 64 denominações protestantes e evangélicas na República Democrática do Congo (RDC), com o objetivo de restaurar a paz nas conturbadas províncias orientais do país, há mais de 30 anos dominadas pelo caos e pela violência devido à presença de centenas de grupos armados, muitas vezes com patrocinadores estrangeiros.
A iniciativa foi anunciada durante uma coletiva de imprensa conjunta em Kinshasa por dom Donatien Nshole e o reverendo Eric Nsenga, respectivamente secretários gerais do CENCO e da ECC, que expressaram a esperança de que 2025 se torne “o ano da paz”.
O pacto social é inspirado no conceito de “Bumuntu”, uma noção enraizada na sociologia e na espiritualidade africanas, que convida cada indivíduo a demonstrar empatia, respeito mútuo e solidariedade. O “Bumuntu”, por meio de seu caráter inclusivo, promove a coesão social e rejeita a lógica da exclusão e da violência, que são incompatíveis com a profunda identidade africana.
O Pacto Social baseia-se nos seguintes cinco princípios fundamentais: restaurar os valores sociais e espirituais do Bumuntu; resolver conflitos por meio do diálogo e abordar as causas básicas sem violência; abraçar a diversidade para fortalecer a unidade em toda a África; persuadir os líderes políticos a acabar com os conflitos armados, promover o desenvolvimento sustentável e limitar a exploração dos recursos naturais; incentivar o apoio internacional sincero à justiça, à paz e à sustentabilidade ambiental.
Para implementar o Pacto Social, CENCO e ECC formarão comissões temáticas sobre paz e coesão social, que formularão uma Carta Nacional para a Paz e a Harmonia. Por fim, será convocada uma “Conferência Internacional para a Paz, o Desenvolvimento Conjunto e a Coexistência nos Grandes Lagos”.
Fonte: Agência Fides
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