O apelo à solidariedade às vítimas dos incêndios em Los Angeles

“Los Angeles está sitiada por incêndios”, afirma o Prof. Giampi Sciutto, testemunha da tragédia que devastou bairros, escolas e locais de culto. Mais de 150.000 pessoas foram evacuadas e milhares de casas foram destruídas, enquanto igrejas como Santa Monica e Corpus Christi se organizaram para acolher os deslocados. O arcebispo de Los Angeles, dom José Gomez, convidou a comunidade a ser instrumento de amor e apoio para aqueles que sofrem.

Os incêndios descontrolados que consumiram mais de 28.000 acres de terra, o equivalente ao tamanho da Disney World, mataram onze pessoas e destruíram mais de 2.000 casas e prédios, de acordo com o Los Angeles Times, em Palisades, Malibu e Hollywood Hills.

Assim, "evacuar" foi uma palavra terrível repetida por horas a frio por bombeiros e policiais às mais de 150.000 pessoas que tiveram que deixar suas casas na Califórnia, não só pelo risco de serem queimadas pelas chamas, mas pelo ar que era impossível de respirar. 

“Estamos sitiados por incêndios. Los Angeles está sitiada.” O professor Giampi Sciutto usa estas palavras para descrever o inferno que a cidade californiana, mas especialmente os bairros nas colinas ao norte de Santa Mônica e aqueles ao sul de Malibu, vêm enfrentando desde terça-feira.

Eram 10h30 da manhã quando, em sua escola foi dado o alarme do início do incêndio, Uma fumaça densa e acre obrigava todos a fecharem as janelas, enquanto o ar, minuto após minuto, se tornava irrespirável para os 300 alunos e o corpo docente da escola secundária con ênfase em humanismo. A escola ficou fechada na quarta-feira.

O fogo chegou a apenas três quarteirões do Instituto Santa Mônica. “O céu ficou escuro pelas cinzas e o sol estava completamente vermelho, como se todas as outras cores do espectro tivessem desaparecido”, explica o professor de física. As aulas passaram a ser on-line na quinta-feira, mas três dos 27 alunos não compareceram. Um perdeu a casa, enquanto os outros dois ficaram sem eletricidade.

A resposta das comunidades religiosas

 

As cinzas queimadas são levadas pelos ventos para locais a quilômetros de distância do foco inicial do incêndio, o que só aumenta a propagação das chamas. A igreja católica em Santa Mônica permaneceu aberta depois da meia-noite de terça-feira, oferecendo aos evacuados do incêndio de Palisades um lugar para se refrescar, comer sanduíches e carregar seus celulares.

Muitos souberam neste abrigo que perderam suas casas e a possibilidade de retornar ao seu bairro. Na tarde de quarta-feira, a paróquia também teve que fechar depois que o corpo de bombeiros classificou a área como uma “zona de alerta máximo” e os evacuados tiveram que sair em busca de outro abrigo.

Há também aproximadamente 90 escolas católicas na área que foram fechadas seguindo ordens da polícia. A Escola St. Andrew em Pasadena, após o cancelamento das aulas, abriu seu ginásio para famílias sufocadas pela fumaça dos incêndios de Eaton e que precisavam de ar fresco, além de lanches, café e comida.

Destruição e esperança

 

A Igreja Católica Corpus Christi em Pacific Palisades está em ruínas desde quarta-feira. O incêndio também destruiu a escola católica anexa. Sete igrejas protestantes também sofreram o mesmo destino.

Também foi consumida pelas chamas a sinagoga de Pasadena, onde o cantor, arriscando sua vida, conseguiu salvar os rolos da Torá antes que o fogo destruísse o templo.

Em Altadena, a Mesquita Al-Taqwa foi totalmente destruída pelo fogo, enquanto imagens do que restou dela, ainda em chamas, circulam nas redes sociais.

O professor Sciutto explica que os ventos tornam os incêndios incontroláveis ​​e quer o incêndio de Eaton quanto o de Palisades foram declarados com contenção zero.

O arcebispo de Los Angeles, dom José Gomez, na Missa celebrada na quinta-feira, recordou que “não há “resposta fácil” diante desta imensa tragédia, “mas isso não significa que não existam respostas”.

O arcebispo convidou a “ser o instrumento por meio do qual Deus mostra seu amor, compaixão e cuidado para com aqueles que sofrem” e para “levar conforto aos nossos vizinhos neste momento de desastre”, ajudando-os também a reconstruir.

Diante de seus 23 alunos perplexos e ansiosos, o professor Sciutto explicou que “a incerteza teorizada pelo princípio de Heisenberg está acontecendo bem na nossa frente, em nossas vidas, e não é um episódio distante. No entanto, nessa incerteza, é possível escolher apoiar e ajudar uns aos outros, e esse é o princípio da escola de Santa Mônica."

*Agência SIR

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10 janeiro 2025, 13:35