Colômbia. Dom Bravo: manter viva a esperança de um futuro melhor para Catatumbo
Vatican News
Em menos de uma semana, violentos confrontos entre guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (Eln) e grupos dissidentes das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) causaram uma centena de mortes e milhares de deslocados na região de Catatumbo, no nordeste da Colômbia, na fronteira com a Venezuela. Trata-se da pior onda de violência dos últimos tempos.
O bispo de Tibú, dom Israel Bravo Cortés exortou os que fomentam a violência armada “a cair em si, a perceber que matar uns aos outros, derramar mais sangue em um território que sempre foi manchado pelo sangue de homens e mulheres inocentes, não é o caminho certo. Devemos nos dar conta de que esse não é o caminho certo”, implorou o prelado em um apelo recente.
O bispo dom Bravo explicou que a origem do atual confronto se deve às “diferenças entre as duas forças revolucionárias da região e os grupos ilegais em guerra com o Estado colombiano”.
Além disso, o prelado de Tibú enfatizou que “o problema da pasta de coca que eles produzem e o controle do território estão degenerando a situação”. Um dos fatores desencadeadores foi a morte de uma família pai, mãe e o filho de 8 meses”.
Bispos colombianos pedem respeito à vida
“Respeitem a vida e parem o massacre”, endossaram os bispos do país. “O que está acontecendo constitui uma clara violação do direito internacional humanitário”, diz uma nota da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), referindo-se aos deslocamentos forçados que estão ocorrendo devido à violência.
“Os guerrilheiros estão atacando diretamente a população civil; camponeses, indígenas e afrodescendentes estão suportando o peso do conflito, não apenas em Catatumbo, mas em várias partes da Colômbia. A violência está semeando um rastro de dor, medo e desespero nas comunidades”.
A Diocese de Tibú disponibilizou algumas instalações do Seminário e o “Centro Papa Francisco” - criado há alguns anos a fim de ajudar os migrantes venezuelanos - para receber pessoas deslocadas de vários vilarejos que fogem da violência armada. Alguns migrantes colombianos também estão se refugiando em comunidades venezuelanas.
O bispo Bravo estima que as graves consequências desses confrontos levarão a “um deslocamento em massa de crianças, famílias desesperadas, pessoas deixando o território, em direção à cidade de Cúcuta; bem como a enormes perdas devido ao abandono de fazendas de criatório, casas que ninguém mais cuidará e um grande clima de desolação e medo”.
Peregrinos de esperança
“Aqui estamos nós, peregrinos de esperança para encontrar Jesus Cristo com as vítimas da violência e dos conflitos armados”, disse o bispo de Tibú, confiante de que este tempo de Jubileu da Igreja católica ajudará a manter viva a esperança em um futuro melhor para os territórios de Catatumbo.
“É urgente combater a ilegalidade e os grupos armados com estratégias que priorizem os direitos humanos e a prevenção da violência e, em particular, dar seguimento aos acordos de paz assinados”, concluem os bispos da CEC.
Proximidade do Papa ao povo colombiano
No final do Angelus de domingo, 26 de janeiro, o Papa Francisco expressou sua proximidade para com a população e assegurou-lhes suas orações.
“Vejo com preocupação a situação na Colômbia, particularmente na região de Catatumbo, onde os confrontos entre grupos armados causaram muitas vítimas civis e mais de trinta mil pessoas deslocadas. Expresso minha proximidade e rezo por eles”, foram as palavras do Pontífice diante dos fiéis reunidos na Praça São Pedro.
(com Fides)
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