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Vigário da Custódia da Terra Santa, em Jerusalém, padre frei Ibrahim Faltas (Vatican Media) Vigário da Custódia da Terra Santa, em Jerusalém, padre frei Ibrahim Faltas (Vatican Media)

Israel e Hamas: Pe. Faltas, "apagar a vergonha da guerra dos olhos das crianças"

"Somente educando para a Paz, podemos esperar que as crianças e os jovens tenham uma cultura de paz que os torne construtores de paz. Se a paz deve ser construída, os alicerces e os tijolos são as gerações futuras. Elas serão os protagonistas do amanhã e, na Terra Santa, há necessidade de testemunhas e construtores da paz", afirma o vigário da Custódia da Terra Santa, Pe. Ibrahim Faltas, que agradece ao Papa Francisco que "nunca deixa de rezar e de nos mostrar o caminho para uma paz verdadeira"

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"Educar para a paz é, e deve ser, um compromisso, uma necessidade, um imperativo. Não se pode, de fato, deixar espaço para a violência, o ódio e a vingança. É uma necessidade para as pessoas que, por muitos anos, não viram nada além de morte, sofrimento e destruição, e é uma necessidade tentar apagar a vergonha da guerra dos olhos e do coração das crianças. É uma necessidade se quisermos salvar esta humanidade da tragédia da guerra e somente as novas gerações, as crianças de hoje, nos dão esperança em um futuro sem o mal absoluto representado pela guerra".

Foi o que disse a agência Sir o padre frei Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, comentando as palavras deste domingo (14) do Papa Francisco, que citando o próprio padre Faltas, no Angelus, reiterou a importância de educar para a paz.

Poderosos da terra continuam surdos à própria consciência

"Podemos ver que ainda não estamos - toda a humanidade - com uma educação que acabe com todas as guerras. Rezemos sempre por esta graça: educar para a paz", disse o Pontífice. "A situação é sempre grave no mundo porque os poderosos da terra continuam a não ouvir a própria consciência de homens responsáveis pela vida de outros homens", denunciou o vigário.

"As grandes potências, os governantes, quem quer que possa agir na direção da paz, faça-o com coragem, ouvindo a voz daqueles que não têm mais voz para implorar a paz", frisou ainda o vigário da custódia.

Há necessidade de testemunhas e construtores da paz

Para o Padre Faltas, é urgente "deter o Mal que está avançando. As soluções políticas devem olhar para o sofrimento das pessoas. Precisamos pensar nas pessoas, na reconstrução das pessoas, que, em primeiro lugar, precisam de paz e esperança de que tudo acabará logo. Quando olho para as crianças feridas no corpo e na alma, sinto a necessidade de pensar em dar-lhes ajuda, não apenas ajuda material, mas, sobretudo, gostaria de poder dar a elas uma visão diferente do mundo, uma visão que apague todo o mal que vivenciaram e que as aproxime da beleza e do respeito pela vida".

A mesma visão contida na simples oração de São Francisco que é recitada diariamente nas 18 escolas da Custódia da Terra Santa. "Somente educando para a Paz - reiterou o frade -, podemos esperar que as crianças e os jovens tenham uma cultura de paz que os torne construtores de paz. Se a paz deve ser construída, os alicerces e os tijolos são as gerações futuras. Elas serão os protagonistas do amanhã e, na Terra Santa, há necessidade de testemunhas e construtores da paz".

"Cenários de guerra e sementes de esperança"

Muitos projetos de paz foram realizados ao longo dos anos na Terra Santa, como recordou o próprio padre Faltas, este domingo em Sarsina, em um rencontro-testemunho intitulado "Cenários de guerra e sementes de esperança". "A Itália, o Japão e a Suíça receberam jovens palestinos, inclusive de Gaza, e israelenses em projetos de educação para a paz".

"O encontro e o diálogo são indispensáveis para a coexistência pacífica. Reunir jovens israelenses e palestinos não era apenas uma mensagem de paz, mas a necessidade de torná-los testemunhas ativas de uma possível paz. Também se educa para a paz oferecendo a possibilidade de reconstruir essas almas sofredoras e ajudando aqueles que nem sequer podem ter esperança".

Agradecimento ao Papa Francisco

O padre Faltas também agradeceu ao Papa Francisco que "nunca deixa de rezar e de nos mostrar o caminho para uma paz verdadeira, concreta e ativa. A proximidade do Papa na oração, no apelo contínuo e incessante para restabelecer a paz neste mundo dividido nos dá a força para nos educar e educar para a paz. Um compromisso que cada um de nós deve assumir".

(com Sir)

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