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Papa Francisco abrindo a Porta Santa da Catedral de Bangui, na Rep. Centro-Africana, 29 de novembro de 2015 Papa Francisco abrindo a Porta Santa da Catedral de Bangui, na Rep. Centro-Africana, 29 de novembro de 2015 

Rep. Centro Africana: as sementes lançadas pelo Papa dão frutos

O pároco de Bangui, padre Mathieu Bondobo, fala sobre a situação no país onde, em 29 de novembro de 2015, Francisco lançou o Jubileu da Misericórdia, abrindo a Porta Santa da Catedral. As coisas melhoraram desde então, mas o compromisso da Igreja não mudou: estar sempre próxima do povo

Giancarlo La Vella – Vatican News

O início do Ano Santo extraordinário dedicado à Misericórdia foi um momento histórico para a República Centro-Africana e para toda a Igreja. Abrindo a Porta Santa da Catedral de Bangui, o Papa Francisco, em 29 de novembro de 2015, reiterou a necessidade de uma Igreja em saída, próxima às periferias do mundo, onde o sofrimento e a pobreza são maiores e onde existe a necessidade de paz. Naquela mesma época, a República Centro-Africana vivia uma situação de grave perigo devido às incursões quase diárias de vários grupos armados. Desde então, a situação da segurança melhorou bastante, relata o padre Mathieu Bondobo, pároco em Bangui.

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Ao lado do povo

Algumas questões críticas permanecem, afirma Pe. Mathieu: a difícil situação econômica, bem como a situação política. Justamente neste momento, afirma, a Igreja aumenta seu compromisso como um sinal de proximidade com o povo.

Entrevista

Padre Mathieu Bondobo, qual é a situação atual na Rep. Centro Africana?

Melhorou muito, eu diria, mas ainda há dois aspectos a considerar. Com relação à segurança, quase todo o território está livre dos grupos rebeldes que ocupavam tantas áreas, atacando civis e chegando até a ameaçar o poder de Bangui. Ainda existem alguns casos isolados de ataques, mas a força desses movimentos diminuiu muito. Mas também devemos dizer que economicamente temos sérios problemas. O país não pode receber ajuda e isto complica um pouco a vida econômica, tanto que o governo começou recentemente a falar sobre o lançamento de uma nova moeda, a moeda criptografada. Isto está criando controvérsia e debate na sociedade, porque as pessoas querem entender do que se trata. Depois há também uma questão política relativa à emenda da Constituição. Mais uma vez, as pessoas querem entender bem o que isto significa, se devem emendar certos artigos e também prorrogar o mandato do Presidente da República.

Qual a importância, neste momento, para vocês representantes da Igreja local, de estarem próximos ao povo? Qual é a condição do povo?

Digamos que a Igreja na Rep. Centro Africana continua a cumprir sua missão, que é a de dar às pessoas toda a sua dignidade. A Igreja trabalha diretamente através de seus organismos, as paróquias, através de cada cristão, para que possamos escutar e abrir o diálogo com cada pessoa. Isto é importante, porque o próprio Papa nos deu a tarefa de nos colocarmos em um caminho de sinodalidade, no qual não devemos deixar ninguém de lado, devemos caminhar juntos, e a Igreja na Rep. Centro Africana está vivendo plenamente esta tarefa. Os pobres, os mais fracos são seguidos, ouvidos, e acredito que a Igreja está fazendo bem a sua parte nesta área.

Bangui, a capital da República Centro-Africana, tornou-se uma cidade simbólica desde que o Papa Francisco iniciou ali mesmo o Jubileu da Misericórdia ao abrir as portas da catedral. O que restou desse momento histórico?

Jamais poderemos esquecer a viagem do Papa Francisco ao nosso país. Ele também já disse muitas vezes que carrega Bangui em seu coração, portanto foi um momento muito importante para nós, porque a situação na época era muito complicada. O Papa Francisco veio e abriu portas, ele abriu o caminho da reconciliação, da convivência, dos cristãos e muçulmanos, de todos. Tudo isso foi semeado pelo Papa Francisco e continua a dar frutos na convivência. Tive a sorte de ser eu a traduzir as palavras do Santo Padre e entendi que sua missão era profética, porque quando ele falava de paz, queria dizer que devemos trabalhar juntos para alcançar a paz; não é obra de uma só pessoa, mas de todos nós. Somos todos filhos de Deus e a salvação diz respeito a todos nós, como também disse o Papa Bento XVI: estamos no mesmo barco e todos nós devemos nos salvar. Francisco também nos fez perceber bem a importância de uma mão estendida, mas também da presença que dá conforto e confiança. Nisto temos o Santo Padre intercedendo, Pedro está conosco. Isto é algo que sentimos fortemente aqui na Rep. Centro Africana.

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