Busca

Cookie Policy
The portal Vatican News uses technical or similar cookies to make navigation easier and guarantee the use of the services. Furthermore, technical and analysis cookies from third parties may be used. If you want to know more click here. By closing this banner you consent to the use of cookies.
I AGREE
Cardeal Czerny durante a Vigília Cardeal Czerny durante a Vigília

Czerny: o domínio do homem sobre o homem cria o inferno

Na vigília de oração "Morrer de Esperança", que o cardeal presidiu em Roma, na basílica de Santa Maria de Trastevere, para o Dia Mundial do Refugiado, fazendo memória daqueles que este ano encontraram a morte no Mediterrâneo, fugindo de conflitos, da desigualdade e da indiferença. O convite é para nos libertarmos do delírio da onipotência, olhando para o "poder" de Deus libertador, porque está fundamentado na partilha de sua soberania

Antonella Palermo - Vatican News

Pode-se morrer de esperança ou na esperança. Uma única preposição muda completamente a perspectiva. Recordando os nomes daqueles que, novamente este ano, no Mar Mediterrâneo, perderam suas vidas e seus sonhos de liberdade devido à desigualdade, conflito e indiferença, o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, expressou palavras fortes durante a vigília de oração "Morrer de Esperança",  que ele presidiu na noite de 23 de junho - organizada pela Comunidade de Sant'Egidio e outras organizações - na Basílica Romana de Santa Maria de Trastevere, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado. Em sua homilia, o cardeal descreveu, por um lado, o poder do Senhor e, por outro, o poder exercido pelo homem que, se perde de vista sua relação com o Pai, se está "separado de seu criador, não se reconhece mais como chamado a guardar e proteger a fraternidade e a criação".

Ouça e compartilhe!

Sem o relacionamento com Deus o poder nos torna prisioneiros

Czerny destaca o risco de um poder - como é configurado hoje - "que desgasta e nos desgasta: leva ao topo, separa, oprime e depois nos faz cair". E chega ao ponto de dizer que "cria o inferno para aqueles que são oprimidos por ele, mas também isola, esvazia, aprisiona aqueles que o detém". As características humanas desaparecem - cada um de nós é uma criança - e há a besta, o monstro, o demônio". Mas - aponta o cardeal - a julgar-nos será outro poder, virado de cabeça para baixo, cuja dinâmica ele destaca: "Não domina, mas desce, e de baixo levanta, cria, exalta tudo o que está escondido ou ainda é pequeno e confuso. Nada é mais humano, nada é tão autenticamente vital". Este poder é "uma força que não oprime: tendo-o conhecido no Cristo ressuscitado", observa o cardeal, "questiona o tipo de atitude que temos: preferimos ele ou a mentira?

Mesmo se descartado, nada chegou ao fim

"Jesus não é tudo e o contrário de tudo, ele não considera tudo e cada palavra como sendo boa, mas tem uma identidade, abre um novo caminho, abre espaço para as coisas de sempre, mas as faz como nunca as vimos": esta é outra passagem significativa da homilia de Czerny, que lembra como Jesus recusou o título de rei, ele impediu que os demônios o apresentassem como o Filho de Deus. Daí o convite aos cristãos para seguir a Cristo assumindo sua própria cruz sem deixar suas responsabilidades para os outros. Mesmo que sejamos descartados por aqueles que dominam o mundo, ou se nossos sonhos forem destruídos, nada está acabado", é sua exortação, "pois estando nas margens (nas periferias) só estamos de maneira diferente no centro". Não é coincidência que o "novo mundo" começou precisamente em Nazaré, na periferia e no Calvário, fora dos portões da cidade.

O Senhor se alegra em compartilhar sua soberania

Czerny continua a enfatizar que é o Senhor quem "abre espaço, se alegra em compartilhar sua soberania". Seu céu é povoado: não à maneira de um tribunal, mas como uma fraternidade realizada". Este é o modelo a ser encarnado. Profissões de fé feitas com a boca não são suficientes - ele denuncia - o que conta são os laços nascidos de um amor ativo e comprometido. "A fraternidade que nos faz reinar, o vínculo pelo qual o Senhor se moverá para nos fazer sentar a seu lado, cresce através de obras de misericórdia". Estes são os trabalhos dos quais cada um é capaz", continua ele enquanto observa que continuamos a morrer de esperança. A vigília de oração é mais uma oportunidade para lembrar todas as vítimas de uma sensação degenerada de poder. Cada uma tem um nome, lembrar essas pessoas pelo nome é um gesto para dar-lhes dignidade. Aqueles que os negam cometem um mal que "se cristaliza em estruturas de pecado".

O caminho de Cristo nos liberta da ilusão de onipotência

O diabo insidiosamente sugere tomar atalhos; ele promete um domínio imenso e imediato enquanto nos poupa de tomar o caminho e confrontar nossos irmãos e irmãs. Evitar a tentação significa, em vez disso, olhar novamente para o caminho de Cristo que "tem um alto preço pessoal, mas gera beleza, alegria, unidade". Czerny conclui: "Libertar-nos da ilusão da onipotência nos une profundamente uns aos outros, liberta nossas mentes e nossos corações, para que possamos ser atingidos pelo que está à nossa frente como um apelo, como um mistério que bate à porta". 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

24 junho 2022, 11:00
<Ant
Março 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
Prox>
Abril 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930