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Situação de violência e de deslocados internos no Burkina Faso Situação de violência e de deslocados internos no Burkina Faso  (AFP or licensors)

No Burkina Faso a Igreja promove uma mensagem de paz e esperança

Na sequência de apelos ao “extermínio de um grupo étnico de pastores por tradição” nas redes sociais, “com o fundamento de que estas pessoas são os terroristas que causam luto nas populações”, o sistema de justiça burquinense decidiu abrir uma investigação, sublinhando que os alegados autores arriscavam penas de prisão. A Igreja, perante tal situação, continua a apelar à coesão social entre os filhos e filhas do país.

Por Myriam Sandouno – Cidade do Vaticano

Num contexto de crescente insegurança e de ataques terroristas desde 2015 no Burkina, são lançadas nas redes sociais mensagens de ódio no país, apelando ao extermínio de “comunidades de pastores ou de um grupo étnico que por tradição se dedica à pastorícia”. Estas pessoas são nomeadamente acusadas por alguns dos seus compatriotas de cooperarem com grupos jihadistas, que aterrorizam as populações e matam civis no país; mas também na região do Sahel, “epicentro do terrorismo global” pelo segundo ano consecutivo, segundo o último Índice Global de Terrorismo, desenvolvido pelo grupo de reflexão “Institute for Economics and Peace” (Instituto para a Economia e Paz).

Num comunicado de imprensa, o procurador do Burkina Faso no Tribunal supremo de Ouagadougou anunciou, em resposta a esta situação, “a abertura de uma investigação com vista à detenção dos perpetradores nos próximos dias”. Estas mensagens de ódio, segundo Blaise Bazié, acompanhadas de “informações falsas, constituem crimes de discriminação, de pôr deliberadamente em perigo a pessoa de outrem e incitamento à prática de um crime ou contravenção, crimes previstos e punidos pelo código penal burquinense”.

Os deslocados internos

O Burkina Faso, já marcado pela violência terrorista, afectado pela insegurança e por uma crise alimentar sem precedentes, tem hoje mais do que nunca “necessidade de paz e coesão social”, sublinha o Padre Constantin Safantié Séré, secretário-geral da Caritas Ocades (Organização Católica para o Desenvolvimento e a Solidariedade) do Burkina, e deplora os ataques recorrentes: "Quando os terroristas atacam, há perda de vidas humanas, não são só as Forças de Defesa e Segurança e os voluntários da defesa interna que os terroristas atacam. Disparam sobre as pessoas nas aldeias", afirma o sacerdote.

Os deslocados internos dirigem-se geralmente “ao centro do município e, quando o município está atacado, dirigem-se para a capital da província”. A nível fronteiriço, continua o Padre Safantié Séré, as populações atacadas sentem-se obrigadas a “atravessar a fronteira para o outro país: vão, uns, para a Costa do Marfim, Gana, Benim”, e outros, “para o Mali ou para o Níger, embora todos sejam vítimas da insegurança”.

Caritas Ocades do Burkina

O secretário-geral da Caritas Ocades do Burkina, uma rede nacional representada em todas as 15 dioceses do país, continua na sua missão de prestar assistência às pessoas deslocadas internamente. As necessidades humanitárias são prementes e a Cáritas deve, por isso, agir o mais rapidamente possível: “Levamos-lhes comida, roupa, esteiras, cobertores, utensílios”. Em termos de acesso humanitário, a Ocades (Organização Católica para o Desenvolvimento e a Solidariedade) encontra as mesmas dificuldades que outras organizações humanitárias que operam no território.

De volta à Palavra de Deus, uma Palavra de esperança

A Igreja, que sempre apelou ao entendimento entre os filhos e filhas do Burkina, diz ainda o Padre Constantin, continua a estar ao lado das pessoas que sofrem e morrem por causa da insegurança; a rezar por todos, apelando à “coesão social entre os Burkinabè, qualquer que seja a sua filiação política, étnica ou regional”.

A mensagem de esperança da Igreja no Burkina Faso, neste Ano Jubilar e naquele particular contexto, ressoa ainda mais forte hoje. Convida ao regresso à Palavra de Deus, “Palavra de esperança” do Senhor que não abandona as suas ovelhas. No seio das comunidades martirizadas, testemunha o sacerdote, “sente-se um fervor religioso que apoia espiritualmente todas as pessoas que caíram na precariedade e na vulnerabilidade”.

O apoio da Santa Sé

Convidando o Estado a proteger todos os cidadãos, o sacerdote burquinense espera que “os actuais constrangimentos devido ao terrorismo não sejam fontes de divisão no seio da comunidade”. A Igreja, como testemunha o Secretário-Geral da Caritas Ocades, promove o diálogo inter-religioso, mostrando-se “próxima das comunidades para as chamar a viver na bela diversidade cultural que conhecemos aqui no Burkina Faso”.

Em fevereiro último, à margem de uma visita ao país, o Secretário de Estado da Santa Sé havia sublinhado a importância de conjugar a acção militar com iniciativas de desenvolvimento para garantir uma vida digna a todos os cidadãos. O Cardeal Pietro Parolin havia expresso o apoio do Vaticano aos esforços desenvolvidos por este país da África Ocidental para restabelecer a paz.

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